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“O Brasil precisa melhorar a sua infra" O professor sênior, colaborador do Departamento de Estruturas da EESC-USP Mounir Khalil El Debs fala a situação atual dos sobre pré-moldados no Brasil

O professor Mounir Khalil El Debs é certamente um dos maiores especialistas brasileiros em pré-moldados de concreto. El Debs é engenheiro civil pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP, 1972), mestre em Engenharia de Estruturas (1976) e doutor em Engenharia – Área de Estruturas (1984) pela EESC/USP, livre-docente (1991) e professor-titular (2006 até 2014) no Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo - EESC/USP. Aposentado, atualmente é professor Sênior (professor-colaborador) do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP. Realizou estágio de pós-doutorado no Civil and Environmental Department da University of Michigan, na condição de bolsista da Fapesp (1994-1995), no qual realizou estudos nas áreas de concreto pré-moldado e de concreto com fibras. É também autor ou coautor de aproximadamente 180 trabalhos técnicos  completos publicados em anais de congressos e revistas e autor do livro Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações,  publicado pela EESC-USP, em 2000. Nesta entrevista, fala sobre a situação atual do concreto pré-moldado no Brasil.

Como o senhor avalia o estágio atual do setor de pré-moldados de concreto em relação ao desenvolvimento tecnológico, das indústrias e do setor de projetos no Brasil, comparado ao que existe no exterior?

Em relação ao setor produtivo (das indústrias): de forma geral, as instalações industriais no Brasil estão relativamente próximas às de países mais desenvolvidos. Mas existe defasagem em certas áreas: por exemplo, na fabricação de painéis pré-moldados para construção habitacional com estrutura de paredes portantes. Em geral, as fábricas no Brasil não possuem instalações para produção com alto grau de mecanização como as que existem na Europa. Já os projetos têm sido feitos com softwares que existem no exterior ou com equivalentes nacionais. Os programas com ferramentas de BIM (Building Information Modeling), que trazem importantes benefícios para o setor de concreto pré-moldado, têm sido incorporados na prática de projetos aqui no Brasil. No entanto, um melhor detalhamento das ligações poderia melhorar a qualidade dos projetos.

Como o senhor avalia o desenvolvimento do setor de pré-moldados de concreto nestes 15 anos deste século? Quais seriam os maiores avanços encontrados, tanto em tecnologia como no modelo de negócio, de financiamento?

Houve importantes avanços. Um desses avanços foi o emprego do CAA (Concreto Autoadensável) por grande parte das fábricas de pré-moldados. Outro importante avanço foi a aumento do número de fabricantes de painéis alveolares, com processos mecanizados (extrusão e fôrma deslizante).

Como a atual crise econômica vivida pelo Brasil impactará nas indústrias de pré-moldados de concreto?

Acho difícil que o setor consiga atravessar a crise sem prejuízo significativo. Existe o perigo de ocorrer concorrência predatória, para manter as empresas funcionando e o setor ficaria prejudicado. Já a construção tradicional, que tende a se beneficiar da maior oferta de mão-de-obra devido ao desemprego, pode criar mais dificuldades para o setor de pré-moldados. A situação atual lembra a recessão no país que se iniciou no final dos anos 1970.  O Brasil tinha uma experiência muito grande em barragem e grande parte dos recursos humanos se perdeu. Foi a época em que “o engenheiro virou suco”. Hoje, eu já li em algum lugar, que o engenheiro vai virar motorista da Uber.  Infelizmente, o cenário é sombrio. No entanto, dizem que é na crise que aparecem novas oportunidades. O Brasil precisa melhorar a sua infraestrutura e o concreto pré-moldado ainda é pouco empregado no país.

Fonte: http://www.portalprisma.com.br

Data: 23/06/2016 

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